quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Fenômeno do Marketing Esportivo



Falar das qualidades futebolísticas do astro Neymar soa redundante, não apenas nos veículos de comunicação, mas em qualquer roda de bate-papo. Traduzir suas qualidades dentro do campo de jogo é tarefa para os especialistas, cultuada por todos que admiram o bom futebol.
 
Os reflexos do talento do Atleta vêm revolucionando o marketing esportivo no País, abrindo portas para diversas empresas ligarem sua marca à imagem dos esportistas. E tanto interesse parece se justificar. Além do retorno com a exposição do jogador na mídia, as companhias que patrocinam o craque têm mostrado um desempenho acima da média no mercado financeiro.
 
O "Neymar Stock Index” (ou "Índice Neymar", em tradução livre), criado pelo analista chefe da Gradual Investimentos, Paulo Esteves, avançou 9,4% no ano passado, enquanto o Ibovespa (principal índice da bolsa paulista) recuou 27,3% - os cálculos foram feitos em dólar. No mesmo período, o índice Dow Jones (que reúne as 30 companhias industriais mais negociadas da bolsa de Nova York) avançou 5,5% (também em dólar). Fazem parte do Neymar Stock Index (NSI) as companhias de capital aberto que investem na imagem do jogador e do Santos.
 
Nessa linha, o mercado de patrocínio esportivo movimenta mundialmente cerca de US$ 27,3 bilhões por ano, segundo dados do relatório The World Sponsorship Monitor, produzido pela empresa de pesquisas esportivas Sports Marketing Surveys. O mercado brasileiro representa 5% deste montante.
 
Anteriormente restrito as empresas de cigarros e bebidas alcoólicas, o Marketing esportivo atual passou a ser uma grande saída para grandes e médias empresas, projetando o lucro nunca inferior ao custo, acrescido a 40% do investimento.
 
Reforçar a imagem e divulgar a marca são as principais vantagens deste investimento. Diante da globalização existente em todas as modalidades esportivas, investir no segmento esportivo tornou-se o grande elo entre a vinculação da marca ao esporte atingindo o mercado consumerista vinculado a bilhões de pessoas de todas as classes sociais.
No âmbito nacional, o grande envolvimento do brasileiro com esporte é a formula magica para o fortalecimento da marca junto ao consumidor.
 
Ousadia, carisma, elegância, juventude aliada à imagem, boa aceitação perante a sociedade são algumas das qualidades atribuídas ao craque Neymar que transformou o marketing esportivo do País, subsistindo uma corrida enlouquecedora de empresas com a finalidade de vincular sua marca à imagem do craque.
 
Onze empresas patrocinam o atleta. Instituição Financeira, Empresa de Lingerie, Companhia de Bebidas, Empresa de Material Esportivo, Operadora de Telefonia, Montadoras de Carros são algumas das áreas que exploram a imagem dele. Diante da procura, fala-se que não há mais espaço para novas empresas patrocinarem o craque, seu Procurador teme um cansaço de sua imagem com o público.
 
Estima-se que o salário do Atleta ultrapassa a importância de três milhões de reais mês, a minoria arcada pelo seu clube, o Santos, que além de agregar a imagem ao clube, vem angariando diversos patrocinadores que indiretamente veiculam sua imagem ao craque.
 
Este novo cenário abriu portas para diversos esportistas do País, sendo uma forma rentável para atletas, seus gerenciadores e empresas. Veicular imagem a esportistas conceituados vem demonstrando ser um casamento bem sucedido.
 
Outros exemplos existem, o nadador campeão Olímpico, Cesar Cielo, conta com sete patrocinadores, além do clube que trabalha. O lutador de MMA Anderson Silva segue a mesma linha de Neymar e Cesar.
 
Nesta nova cena não haverá espaço para Atletas indisciplinados. Condutas antidesportivas e vida atribulada fora do desporto são características repugnadas pelas grandes patrocinadoras que não desejam aliar sua marca a indisciplinas, vida conturbada e envolvimentos em escândalos. Nessa linha, o próprio Neymar, que há dois anos atrás, volta e meia estava veiculado a polêmicas fora do campo que, após um gerenciamento melhor, passou a ser um fenômeno extracampo, tornando-se uma personalidade “pop” no Brasil, desejada por todas as empresas.
 
Os jovens atletas promissores, seguindo a linha atual, já são gerenciados por grandes empresas de Marketing, investindo e assessorando a vida do atleta antes do sucesso, com via de possibilitar a entrada no profissionalismo aliando a boa performance no esporte, o bom relacionamento com a mídia e a boa conduta na vida particular.
 
Neste novo cenário, resta comprovada a força com que as grandes marcas entram no mundo esportivo brsileiro, devendo os gerenciadores dos atletas orientarem seus pupilos com a finalidade de aliar uma imagem rentável e negocial ao Atleta.
 
 Dr. Yan Meirelles é advogado membro do Grupo de Negócios Desportivo do MBAF Consultores e Advogados. Procurador do Tribunal de Justiça Desportiva do Estado da Bahia. Especialista em Direito Tributário pelo JusPodvim.
 
Artigo Publicado na Revista de Negócios B2L Corporate

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